Muitas das conversas telefônicas que acontecem no ambiente corporativo contêm informações sensíveis sobre as atividades empresariais. Se a linha estiver grampeada, tudo o que for falado em contatos desse tipo pode acabar indo parar em ouvidos errados.

Para evitar isso, as empresas podem usar a criptografia de áudio — já que, sem ela, todos os dados enviados para a web estão em risco. Criptografar é, basicamente, o mesmo que codificar. Ou seja, a informação original é transformada em outra, inteligível apenas para o destinatário, que tem uma chave secreta.

O matemático Alan Turing, conhecido como pai da computação, é um dos pioneiros da criptografia: foi ele que traduziu os códigos secretos dos alemães na Segunda Guerra Mundial. A criptografia se modernizou e, agora, usa algoritmos implementados em computadores — mas o princípio continua o mesmo. Continue a leitura e entenda mais!

Era da informação

Têm sido cada vez mais frequentes os pedidos de governos para que os dados de usuários sejam informados em diferentes tipos de processos. Para garantir a privacidade dos clientes, empresas de tecnologia têm melhorado a segurança de seus aplicativos.

Tudo começou após a polêmica entre a Apple e o Escritório Federal de Investigações (Federal Bureau of Investigation – FBI): as autoridades pediram à empresa acesso aos dados de um dos terroristas que atuou no ataque em São Bernardino. A Apple negou a informação alegando que abriria uma porta para futuras invasões.

Com isso, Facebook — que é dono do WhatsApp —, Google e Snapchat passaram a trabalhar na robustez de seus sistemas criptográficos. No Brasil, o Facebook se recusou a liberar dados de um usuário do WhatsApp para uma investigação ligada ao crime organizado, informando que as conversas não são armazenadas.

Tipos de criptografia

Existem dois tipos de chaves criptográficas: chaves simétricas (chave única) e chaves assimétricas (chave pública). Atualmente, os protocolos mais usados são o Secure Sockets Layer (SSL) e o Transport Layer Security (TLS) — e ambos usam criptografia simétrica.

Esse método, porém, é um desafio: como combinar uma chave secreta entre duas pessoas que provavelmente nem se conhecem? A solução vem da criptografia assimétrica, com duas chaves que se complementam: uma pública e uma privada. A pública é liberada para todos a privada fica com quem a emitiu.

Segurança

A chave pública vem com o pacote, mas está escondida. Um hacker interessado em roubá-la, porém, vai vasculhar as possibilidades até encontrá-la. Já a chave privada é conhecida apenas pelos interessados. Apesar de não haver uma criptografia totalmente segura, uma boa ferramenta pode levar anos para ser desvendada.

O algoritmo mais usado atualmente, o RSA (desenvolvido por Ronald Rivest, Adi Shamir e Leonard Adleman), foi o primeiro a possibilitar criptografia e assinatura digital. Trata-se de um sistema que multiplica dois números primos e retorna um valor. Assim, os números multiplicados são a chave privada e o valor obtido, a pública. Descobrir os dois primeiros a partir do terceiro é inviável por requerer muito poder de processamento.

Opções

O aplicativo WhatsApp já usa um sistema de criptografia de ponta a ponta para proteger as mensagens dos usuários — incluindo as chamadas de voz. Ele não é o único: o Skype (que tem uma versão corporativa) usa Advanced Encryption Standard (AES), a mesma ferramenta usada pelo governo dos Estados Unidos.

Outras alternativas incluem: iMessage, Telegram, Facetime, Firefox Hello e Google Hangouts. Redes Wi-Fi particulares devem usar o protocolo WPA2 para evitar que terceiros capturem e analisem o tráfego na rede sem fio. Dê preferência a aplicativos criptografados e evite a exposição.

Quem estiver inseguro com programas de terceiros, pode usar uma Virtual Private Network (VPN, rede privada virtual). A VPN isola as conexões à web pública dentro de um túnel para que observadores externos não vejam o que há lá dentro.

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